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O nicho te protege: motorista

Publicado em · Atualizado em 03 de mar. de 2022

Quando vamos iniciar um negócio com o objetivo de vender um produto, ou prestar um serviço, é natural pensarmos que, quanto maior o público alvo mais fácil será começar.

Sendo assim idealizamos um negócio que "vende pra todo mundo". Todos podem ser nossos clientes!

Parece ser o caminho mais adequado pra quem começa, mas a realidade prova o contrário, e a história da Eli (motorista de aplicativo), reforça isso:

A Elii poderia ser uma motorista de aplicativo comum: abrir um aplicativo de transportes como Uber, 99, e aceitar a primeira corrida que aparecesse, independente de quem fosse o cliente: se homem ou mulher, se jovem, adulto, idoso, e independente da origem/destino.

Fazendo isso ela receberia o valor padrão das corridas (que graças ao aumento nos combustíveis anda baixo), e não teria diferencial nenhum, seria só mais uma motorista na multidão.

Ouvir e identificar necessidades

Na matéria do G1 a Eli conta:

"A pandemia me quebrou, e comecei a conversar com um monte de gente, meninas que têm medo de pegar motorista por aplicativo".

A partir daí ela teve a idéia: nichar seu trabalho de motorista pro público feminino.

O resultado: aumentou em mais de 100% o faturamento.

Oferta: histórias vendem

Definido o nicho, ela intuitivamente elaborou uma oferta. E pra tornar essa oferta conhecida ela usou o meio mais simples possível: um post de facebook.

O que chama atenção no post dela, é que ela conhece bem seu público, e não mapeou só os serviços tradicionais e essenciais de um motorista, ela enumerou outras que deram um toque de humor e fizeram o post viralizar:



Esse post criativo alcançou a marca de 6.031 compartilhamentos até 01/03/2022 e mais de 3 mil curtidas. Com certeza centenas de milhares de impressões.


Propósito

A motorista conta que tem recebido muitas ligações de pessoas com depressão, e até de mulheres que querem se separar. "Tem gente que me liga para desabafar. Dentro do carro, escuto cada história, que é para somar na vida da gente. Tem gente que não vai para nenhum lugar, só me chama para dar uma volta e conversar", afirma. "Não é só ganhar dinheiro. Eu me reinventei como ser humano. Estava muito triste, derrotada, me sentindo sozinha. Coloquei meus problemas de lado e passei a olhar o problema dos outros. Não é só ganhar dinheiro, é ajudar outras mulheres", conclui.


Esse trecho da entrevista dela me chamou atenção, pois acredito que empreender com propósito aumenta as chances do seu negócio dar certo.

O propósito aqui nesse contexto, desenvolve a cultura do negócio, e dá um norte. Direciona a forma como ela e quem vier a trabalhar com ela trata clientes, reage a situações, desenvolve soluções. Propósito faz parte do DNA, e ela tem uma clareza de qual o propósito dela.

Próximos planos

"Estou quase comprando outro carro e fazendo uma parceria com a minha irmã. Vou abrir o meu microempreendedor individual (MEI). Foi uma viralização incrível. Meu telefone, tenho que deixar no modo 'não perturbe', porque estou dirigindo e recebo ligação", diz.


Quem sabe um dos próximos passo dela possa ser lançar também um aplicativo e escalar ainda mais? Me lembro de uma iniciativa semelhante em SP chamada Lady Driver.




A história da Eli deixa uma lição, nem sempre o maior mercado é o melhor. O nicho te protege de uma concorrência desleal.


Links

1. Instagram da Eli

2. Fonte: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/03/02/motorista-que-nao-atende-homens-viraliza-ao-levar-mulheres-para-dar-flagras-em-moteis-de-sp-me-reinventei-na-pandemia.ghtml

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